domingo, 5 de julho de 2020

A LETRA QUE PODE MATAR!



O qual nos fez também capazes de ser ministros dum Novo Testamento, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, e o Espírito vivifica.”

2 Coríntios 3.6

           Quando o autor do livro de Coríntios relata o acima, verificamos um fato que perdura até o dia de hoje, já que ainda hoje, muitos vivem em função da letra esquecendo-se ou deixando de lado, as coisas referentes ao Espírito.

De maneira alguma sou contra o estudo, principalmente às questões teológicas, mesmo porque estaria indo na contramão daquilo que tenho feito ao longo da minha vida ministerial. O que este pequeno texto propõe-se destacar, é a busca da letra em detrimento da busca das coisas espirituais.

Existia a algum tempo atrás, e ainda existe em alguns lugares, uma diferenciação de obreiros que tem o curso de Teologia dos que não tem o referido curso. Estes eram chamados de pregadores leigos por conta de não serem frequentadores de ambientes teológicos formais, Seminários de Teologia. 

O que pretendo destacar nesse pequeno texto, é justamente uma diferenciação muito clara daquilo que é ser um pregador leigo, para o pregador teologizado.

Ao longo da minha caminhada evangélica vivenciei e observei situações, que me qualificam como crítico ou capaz de fazer uma reflexão básica daquilo que se espera de um verdadeiro pregador ou ministro do Evangelho de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo.

Tive, desde que passei a pertencer os arraiais evangélicos, alguns líderes que foram motivos de inspiração para a minha caminhada ministerial. Dentre esses líderes, alguns deles primavam mais para a letra e já outros primavam mais para a revelação, como algo que lhe garantiam a manifestação do Poder de Deus para a eficácia de suas ações ministeriais e espirituais.

Na realidade, as duas situações são conflitantes e antagônicas desde que não caminhem juntas, pois enquanto a letra se volta para aquilo que é constatado de maneira científica, a falta dela caminha para aquilo que a ciência não pode explicar, causando confusão aos céticos de plantão.

Já que a letra pode matar, se formos analisar friamente essa situação então ler a Bíblia, que é letra, pode causar danos tanto quanto ler ou estudar qualquer outro livro?

Uma diferença crucial se dá quando ao lermos a Bíblia para a busca da Revelação Divina a nós, não precisamos de nenhum outro material para o entendimento da mesma, a não ser da revelação nos dada pelo seu autor: Deus.

A Bíblia se explica por si só, pois sempre foi assim, já que ela é uma Palavra Viva, que se renova sempre.


  Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.”

Hebreus 4.12


         Amados, a intenção desse breve texto não é desmotivá-los ao estudo secular ou mesmo bíblico (teológico), mas levá-los enquanto cristãos, a refletir acerca da necessidade da prioridade da leitura da Palavra com o coração aberto para o melhor entendimento dela, para a mudança de vida que ela pode nos proporcionar.

            Infelizmente, temos constatado que muitos estão voltados para o entendimento das mensagens bíblicas, procurando respaldo nos livros acadêmicos e teológicos, esquecendo-se que a Bíblia é Revelação, e que, revelação é algo que o Senhor faz a quem Ele achar que deve fazer. E, uma das principais formas do Senhor revelar-se ao homem, é através de Sua Palavra: A BÍBLIA.

            Penso que quando tínhamos menos compêndios teológicos éramos mais eficazes na aplicação dos conhecimentos bíblicos, e, também, mais usados pelo Senhor em nossas práticas espirituais e eclesiásticas, já que dependíamos mais do Espírito para nos orientar.




 “Mas, quando vier aquele Espírito da verdade, ele vos guiará em toda a verdade, porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar."

João 16.13 e 14