quarta-feira, 28 de outubro de 2015

O OBREIRO E A POLÍTICA


Temos ao longo da história bíblica, uma quantidade considerável de personagens envolvidos na Política ou influenciando diretamente os políticos, como Moisés, José, Davi, Salomão, José de Arimatéia, enfim, tantos outros que se for citá-los aqui, o espaço será pouco. Inclusive tendo este último, com a sua influência política, conseguido autorização para que o corpo de Jesus fosse tirado da cruz e sepultado no túmulo de sua família.

Já que o acima relatado ocorre, qual o motivo então, de em nossos dias haver uma generalizada oposição a que os religiosos, mas especificamente os cristãos, sejam partícipes ativos da formalidade política de nossa sociedade?


Não quero aqui fazer nenhum juízo de valor a quem quer que seja, pois esse espaço não é para isto, mas fazendo uma leitura atual do envolvimento dos nossos irmãos em Cristo estarem sendo, de uma determinada maneira, rejeitados pela sociedade, provavelmente se dê pela falta de foco desses, para aquilo que foram chamados.
Essa falta de foco se dá principalmente quando se trata de obreiros, como pastores e evangelistas, mas especificamente, já que esses tem um chamado específico para a Pregação do Evangelho e o cuidado de almas, respectivamente.

Percebemos que é nítida a reprovação do Senhor em relação ao desvio de função de um obreiro Seu. Em I Samuel 13, a partir do versículo 8, Saul, rei de Israel, se atreveu no afã de ajudar, fazer aquilo para o que não havia sido chamado, ou seja, ofereceu sacrifício ao Senhor para ir à guerra contra os filisteus, por achar que o profeta Samuel estava demorando muito. Por conta dessa atitude precipitada de Saul, o mesmo foi considerado néscio e perdeu o privilégio de ter o seu reinado confirmado para sempre.

Existem pessoas separadas por Deus para cuidar da Sua criação, de maneiras específicas.

O Senhor nos orienta em 1 Co 7.20, para que fiquemos na vocação em que fomos chamados. Temos percebido um clamor por unidade, mas como termos unidade se não estamos permitindo que a Palavra se cumpra em nossa vida? É simples, em Efésios 4 o Senhor, através de Sua Palavra, nos orienta como termos unidade na fé. Mas, infelizmente, não damos importância e nos comportamos de maneira néscia, como fez Saul. Inclusive o texto nos previne acerca de não sermos levados por enganos fraudulentos, promovidos por homens com astúcia.

Sei que o acima contraria o pensamento de alguns, mas sei também que a Palavra deve ser obedecida, pois como ela mesma diz no Salmo 119.105, ela é quem ilumina o nosso caminho e para não nos afastarmos desse caminho, devemos guardar essa Maravilhosa Palavra em nosso coração, conforme diz o Salmo 119.11, assim não pecaremos contra o Senhor da Palavra ou pecaremos bem menos.



quinta-feira, 22 de outubro de 2015

"Sejamos homens", então!

"SÊ HOMEM!!!"


Sempre ouvimos por parte dos pais aos seus meninos, essa advertência no sentido de que os meninos sejam fortes, valentes, destemidos, provedores, enfim, sejam realmente homens, na concepção machista da nossa cultura.

Foi exatamente esse conselho que Davi, antes de morrer, deu a seu filho e sucessor, Salomão: “Eu vou pelo caminho de toda a terra; esforça-te, pois, e SÊ HOMEM(I Reis 2.2)

Mas o que Davi quis dizer a seu filho com essa advertência, “SÊ HOMEM”?

No sentido original da palavra, homem significa “AQUELE QUE OLHA PARA CIMA”, (Revista “Didaquê, Volume XIX), pois olhar para cima era o que Davi sabia fazer e muito bem, como expressa o Salmo 121.1a: “Elevo os meus olhos para o monte de onde me virá o socorro...”

Na conjuntura geral, ser homem é ser forte, corajoso, destemido, enfim, ser alguém que toma decisões e diante das adversidades sabe superar os obstáculos de maneira apropriada.

Na conjuntura bíblica, ser homem é realmente aquele que teme ao Senhor e Dele depende para que a sua vida seja um exemplo de fortaleza, destemor, coragem, força e autoridade vinda de Deus.

“SÊ HOMEM”! Esta é a vontade de Deus para a nossa vida. Não abramos mão de termos em Deus, a solução para toda e qualquer adversidade que a vida possa nos proporcionar. Não devemos abrir mão de ter em Deus, a solução para toda e qualquer surpresa que possa advir da vivência com o próximo e conosco mesmos.

“SÊ HOMEM”! Olhar para cima é condição fundamental para alcançarmos a real felicidade, tão almejada por todos. Pois é olhando para cima que nos vem o socorro, refrigério e alegria factual.

“SÊ HOMEM”! Olhar para cima, nos faz diferentes de todos aqueles que não querem ter em Deus o refúgio certo, para todas as vicissitudes que o mundo nos proporciona.

“SÊ HOMEM”! Olhar para cima nos transforma em verdadeiros adoradores, condição que agrada a Deus, movendo assim a Sua mão para nos abençoar e nos sustentar diante de um mundo tão hostil e pouco promissor.

“SÊ HOMEM”!  Ser homem é o que Deus quer que sejamos independentemente de gênero. Na condição daquele que recebe a verdadeira adoração, Ele não olha para o exterior e, sim, para o interior, propiciando então, àquele que se propõe adorá-lo em espírito e verdade, bênçãos imensuráveis, que somente Ele tem pra dar.                   

     “SEJAMOS HOMENS”, ENTÃO
Assim, e, somente assim, como verdadeiros adoradores, estaremos agradando àquele que um dia nos criou, veio ao mundo e morreu na cruz para nos salvar, e, hoje vive junto de nós, nos consolando e sustentando, até O Grande Dia, quando eternamente viveremos juntos a Ele, livre do pecado, na Glória. Aleluia!!!        

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Potifar, castrado ou não?

Na semana passada, em uma rede social, lancei uma provocação que alguns se pronunciaram de diferentes maneiras. A provocação foi exatamente sobre a questão de Potifar, que em algumas versões da bíblia, diz que ele era oficial do Faraó e capitão da guarda, já em outras diz que ele era eunuco do Faraó e comandante dos guardas.
Como é colocada em alguns dicionários, a palavra eunuco significa castrado. Como então Potifar, oficial de Faraó, era casado, sendo eunuco no sentido literal, segundo os nossos dicionários?
Em consulta aos meus alfarrábios, constatei alguns argumentos que gostaria de contribuir com o amado leitor, no entanto, sem dar cunho científico, uma vez que este não se propõe ser um artigo científico. Vamos lá:
Existe um vocábulo em hebraico (saris), que é incerto, já que julga ser oriundo de um termo assírio que significa “Aquele que é cabeça (para o rei)”, dando então um sentido primário ao termo que significa “Oficial da corte”.


No sentido hebraico, esse mesmo termo tem uma importância secundária, significando que os nossos dicionários, pelo menos na sua maioria, nos dão como sendo o mais comum, ou seja, “castrado”. Concluímos a partir daí, que na realidade a tradução mais precisa do termo saris, deva ser realmente, “Aquele que é cabeça”.



Já no grego, o termo eunouchos pode ser derivado de eunen echo, que significa “conservar o leito, mas assim bem como o termo saris, não precisa denotar alguém estritamente castrado.
Temos no Evangelho de Mateus 19.12, uma demonstração clara do real sentido de um eunuco, dado pelo próprio Jesus. Nesta passagem Jesus deixa claro que para sermos totalmente dedicados à Obra de Deus, “aquele que é cabeça – líder, precisamos deixar de priorizar os mais altos prazeres carnais, para que possamos como mordomos, cuidar melhor das coisas do nosso Rei. Ele coloca o eunuco como sendo alguém separado para o exercício de liderança, que pode ter nascido em uma família de ministros; os ministros produzidos pelo sistema religioso; ou, os que realmente são chamados e vocacionados, exercendo o ministério de maneira integral e íntegra.
Enfim, Potifar, era sim o eunuco do Rei, assim bem como o foi José em sua casa, mas não era castrado, por isso, assim bem como tantos outros exercia o seu ofício real, sem que para isso não pudesse também, exercer o seu ofício conjugal com dignidade, o que caracteriza a sua esposa como uma mulher carnalmente usada pelo Inimigo, para tentar tirar José de suas atribuições e caminhada de vitória.



quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Parabéns, colega e amado(a) Professor!

Hoje, dia 15 de Outubro, comemoramos o Dia do Professor. Que legal!
Tenho a grata satisfação de fazer parte desse grupo tão seleto, há algum tempo. Já durante a minha primeira graduação, Bacharelado em Teologia, tive a grata satisfação de iniciar a minha vida acadêmica trabalhando em um colégio no Rio de Janeiro, como estagiário, lecionando Educação Moral e Cívica, Organização Social e Política Brasileira (ambas já extintas, infelizmente, nos currículos atuais), e, também, Ensino Religioso. Após a conclusão dessa primeira graduação, ingressei no curso de Pedagogia, me especializando em Administração Escolar, Magistério e Orientação Educacional, ocasião em que conheci o amor da minha vida, que também é professora.
Sou grato ao Senhor Deus por poder fazer parte na formação de vários Obreiros do Senhor, já que lecionei em algumas Faculdades Teológicas por vários anos, ajudando a aperfeiçoar o conhecimento daqueles que se sentiam chamados. Sempre estive, mesmo no exercício do ministério pastoral, envolvido com o Ensino, que com absoluta certeza, é o ponto forte do meu ministério.
Bem, como o objetivo deste não é falar de minha formação, e, sim, agradecer ao Senhor Deus pela vida daqueles que se dedicam a esse tão nobre ofício, o de professor, quero mesmo aproveitar esta data para incentivar aqueles que têm, mesmo em meio às dificuldades, se dedicado ao ensino, contribuindo assim, também, na formação de pessoas; crianças, jovens e adultos, para que o nosso país, que tem se proposto ser Pátria Educadora, possa se desenvolver qualitativamente, para que tenhamos um futuro mais próspero em todos os sentidos.
Professores amados, o Senhor tem realmente lhes abençoados, já que as dificuldades para o exercício de tão nobre ofício em nosso país têm sido bastante acentuadas. A minha oração é que Deus continue fortalecendo cada um de vocês, para que ao longo de suas atividades possam ter a plena convicção do dever cumprido, ainda que a recompensa não venha de nenhum órgão governamental ou similar.
Quero nesta oportunidade deixar uma porção da Palavra de Deus, a Bíblia, como conselho forte e verdadeiro: “O que as suas mãos tiverem que fazer que o façam com toda a sua força, pois na sepultura, para onde você vai, não há atividade nem planejamento, não há conhecimento nem sabedoria” Eclesiastes 9.10.
Aproveite cada momento com seus alunos ensinando-os bem, pois não há alegria maior que ser recompensado com um sorriso de gratidão no final de cada ciclo, por mais laborioso que tenha sido.

PARABÉNS, COLEGA E AMADO PROFESSOR (A)!

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

E assim começou!

·        
         Nasci no ano de 1962, na cidade do Rio de Janeiro, Brasil, filho de Vera da Conceição Cruz, uma guerreira que me criou e educou sem um companheiro, pois o meu pai, que era comprometido com outra família, apesar de dizer que me amava, não acompanhou o meu desenvolvimento, deixando a minha querida mãe com a responsabilidade de cuidar de uma criança com limitações de saúde física, e dentro de um cenário de pobreza, tanto espiritual quanto material, pois na noite em que eu estava para nascer, a minha mãe estava servindo aos espíritos enganadores, dentro de um centro espírita, sendo achincalhada por eles, a ponto de apressar o meu nascimento, por conta de uma noite de servidão e humilhação aos espíritos malignos.
            Alguns detalhes obviamente não poderão ser relatados para não comprometer e magoar algumas pessoas, que apesar de estarem no engano, ajudaram minha mãe, uma mãe-solteira e muito nova, que sem a ajuda dessas pessoas, a tarefa de me criar em meio às limitações circunstanciais seria muito mais difícil.
              Este texto não objetiva relatar toda a minha trajetória de vida até o momento, mas penso que para o entendimento dos leitores, a necessidade de alguns relatos se torna essencial, tendo em vista a necessidade da compreensão mais abrangente de alguns aspectos familiares, que não somente eu acredito ter vivenciado e estar vivenciando, possibilitando assim, a contextualização dos fatos relatados e também dos encaminhamentos propostos, para que uma família seja mais saudável, aos olhos de Deus.
          Dando continuação ao relato dos meus primeiros momentos de vida familiar, o testemunho de algumas pessoas que participaram direta e indiretamente do meu desenvolvimento, dão conta que para a minha mãe foi muito difícil cuidar de uma criança, conforme relatado antes, com uma saúde física precária. Tive nos meus primeiros anos de vida, simultaneamente, enfermidades que exigiram de minha mãe um desempenho singular na luta para que eu pudesse passar por tudo aquilo sem que a morte me tragasse, (crupe, meningite e sarampo).
   Os relatos dão conta que algumas pessoas falavam para a minha mãe que não tinha mais jeito, ou seja, o melhor mesmo seria que ela desistisse e me deixasse morrer, pois eu tinha três enfermidades cruéis, especialmente para aquela época em que os recursos eram mais limitados, que aos olhos de uma pessoa sem esperança e sem determinação, não daria para tentar mais nada objetivando reverter aquele quadro de enfermidade.
            As forças que minha querida mãe obteve, com certeza vinham de Deus, apesar dela não o conhecer, o que só veio fazer por meu intermédio na minha adolescência, quando me converti e a levei conhecer Aquele que nos sustentou e haveria de continuar sustentando ao longo de nossas vidas. Isso mesmo, aquela que lutou para que eu sobrevivesse, agora passou a ser a minha “filha na fé”, Glórias a Deus!
             Um dos pontos marcantes no início da minha vida foi que apesar de sofrer muito por isso, mesmo sem ter conhecimento bíblico até então, a minha mãe resistiu e não me entregou para os espíritos enganadores no centro espírita, por saber que aquele tipo de vida não seria o ideal para mim. Isso nos causou muitos problemas, pelo fato dela ter lutado sozinha, sem nenhuma orientação espiritual para o enfrentamento, o que não recomendo a ninguém, pois contra hostes espirituais da maldade, somente sob a proteção do Senhor, ou melhor, somente o Senhor tem o poder necessário para esse tipo de enfrentamento.
   Temos de fato que estar sob a Sua potente mão, e deixarmos que Ele lute por nós. Mas, apesar de tantas lutas e sofrimentos, minha mãe obteve a vitória tão esperada. Hoje, sou um servo do Deus Altíssimo, protegido das investidas do inimigo de nossas almas.
              Na minha parentela, por não terem conhecimento bíblico e muito menos intimidade com o Senhor, a dependência de espíritos malignos era factual e também influenciava diretamente no ambiente familiar, a ponto de ter em todas as residências, objetos de idolatria e, também, um sincretismo religioso muito forte.
  Na realidade, por conta disso tudo, fui criado em um ambiente promíscuo e sem base doutrinária saudável. Com absoluta certeza, isso influenciou muito na minha formação religiosa, causando-me dúvidas e mais dúvidas ao longo de muitos anos, levando-me também a ter contato com diversos grupos religiosos e envolvimento direto e indireto com doutrinas que me afastavam cada dia mais, do Verdadeiro Deus e Senhor, o que foi acertado, e dou louvores a Deus por isso, somente no meio da minha adolescência. Aleluia!
            Família pobre, mãe guerreira, demanda grande!
 Minha mãe, por ser a filha mais velha de sete irmãos, sentia a necessidade iminente de ajudar a todos, o que era feito de maneira muito aguerrida, catando xepa (alimentos descartados) nas feiras, algumas vezes, para ajudar dentro de casa e, também, trabalhando em residências como diarista, para poder dar de alimento a todos os seus irmãos e mãe. Isso a fortaleceu muito, possibilitando que a luta relatada acima nos meus primeiros anos de vida, ela enfrentasse de maneira eficaz, tendo esperança viva de que conseguiria vencer, como venceu, inclusive, vindo aprender a ler, somente anos mais tarde, pelo antigo MOBRAL.
Outra batalha enfrentada por minha mãe foi a necessidade de me dar atenção e ao mesmo tempo providenciar o nosso sustento, tendo ainda como agravante, conforme relatado acima, a necessidade de ajudar no sustento dos seus irmãos. Isso foi uma dificuldade bastante expressiva, já que eu não me adaptava em ambiente algum que ela não estivesse fazendo parte.
Hoje, entendo que todo o meu comportamento inadequado que, aliás, era muito notório entre todos os que conviviam conosco, sendo até hoje, fruto de comentários por amigos e ex-vizinhos daquela época, era devido a sua falta, que por conta de ter que trabalhar em vários empregos, não tinha tempo para estar comigo.
A questão era que ninguém conseguia ficar comigo, pois eu era muito arteiro e insubordinado. Isso acarretou em prejuízo familiar grande, pois para que minha mãe conseguisse continuar trabalhando para o nosso sustento, necessário se fez providenciar um internato que eu pudesse ser cuidado e ela pudesse trabalhar, sabendo que eu estava estudando e sendo alimentado, vindo para casa somente nos finais de semana, quando eu podia me deleitar na sua adorável companhia (saudades).
Esse fato realmente propiciou uma mudança radical em nossas vidas, quando longe do seu convívio tive que aprender a viver com pessoas diferentes, de diferentes famílias e com costumes totalmente diferentes daqueles que eu estava acostumado. Foi cruel, mas necessário, pois assim tive um amadurecimento que muito contribuiu para o meu desenvolvimento intelectual, educacional e me propiciou uma formação mais ampla e mais próxima da realidade da vida, já que aprendi conviver com diferentes estruturas familiares, por conta de ter naquela instituição uma diversidade muito grande de pessoas com diferentes estruturas familiares. Que aprendizado!
A falta do meu pai ao nosso lado me fez e até hoje me faz, muita falta mesmo. Conjecturo se tivéssemos convivido juntos, como família funcional, a minha trajetória seria muito diferente e melhor.
As circunstâncias não me propiciaram isso, já que além de não ter tido contato com o meu pai desde aproximadamente uns quatro anos de vida, por conta de questões pessoais e justificáveis, fatos que não relatarei aqui por não achar propício, pois a minha mãe não permitia nem sequer que cogitasse essa possibilidade, coibindo também, quaisquer tipos de ajuda nesse sentido, de quaisquer pessoas que pudesse me propiciar isso. Ainda hoje lamento, mas sempre compreendi a posição de minha mãe e nunca quis contrariá-la.
Sei que tudo isso aos olhos de quem não conviveu diretamente com essa situação, parece muito complicado de entender o porquê, mas apesar dos pesares, me sinto feliz e convivo bem com um passado bastante conturbado, por não ter uma família tão bem estruturada.
Para mim, toda essa questão está bem resolvida, pelo menos eu acho!
É claro que não foi tão fácil assim, mas o tempo e a maturidade me propiciaram essa compreensão e também me ajudaram a aceitar toda essa situação, não me impedindo que constituísse família e aproveitasse tudo isso para estruturar a minha família aos moldes da minha visão de “perfeição familiar”. Consegui aproveitar toda controvérsia que me proporcionaria um futuro familiar doentio em aprendizado e determinação, para que hoje eu tenha uma família que está voltada para agradar ao Senhor e comprometida em promover felicidade mútua.
Vera da Conceição Cruz, mulher guerreira e determinada, que hoje está nos braços do Pai, de saudosa e mui saudosa lembrança, conseguiu me criar com todas as limitações impostas pelas circunstâncias, teve a alegria de ter mais um filho, a minha querida irmã, Mônica, que em 1977, veio fazer parte da nossa família, mas desfrutando, graças a Deus, de um período bem melhor, no que se diz respeito a questões estruturais, mas que também exigiu de nossa mãe, um esforço extraordinário, para que ela também pudesse resistir às dificuldades, que apesar de serem menores, mais ainda eram bastante acentuadas.
Também teve a alegria de ver o seu filho crescido, formado, tendo constituído uma família que lhe deu dois netos, Matheus e Thiago, que ainda lhe proporcionaram alegrias por participarem até os dezesseis e quatorze anos de idade, respectivamente, de sua história de vida. Lembro-me ainda com bastante intensidade, os olhares de minha mãe contemplando os seus netos ao seu redor, como quem tivesse pensando no que havia passado e até onde tinha chegado. Que lindo!
Sei que hoje a minha estrutura familiar deve muito ao meu passado, mas por causa do revigoramento vivenciado por mim aos longos dos anos, continuo crescendo, sem nunca deixar de buscar nas circunstâncias passadas, aprendizado e forças para continuar crescer e ajudar os meus familiares, mulher e filhos, a crescerem.